Realização: A Casa Frida & Confraria das Lagartixas
Este projeto foi concebido em parceria pela Confraria das Lagartixas e o Grupo A Casa Frida.
Recomendamos que a leitura NÃO seja feita pelo PDF que enviamos. Não há nada melhor que ter um livro físico nas mãos e, seguindo os caminhos de Guimarães, ter um bloco de anotações com um lápis para deixar guardado partes importantes dessa travessia.
Recomendamos a edição de bolso da Companhia das Letras (pelo valor acessível, ou adquirida através da cesta temática criada especialmente para este evento - maiores informações no site padocafilosofica.com.br/cestasartesanais ), vamos nos enveredar ...
Parágrafo de início:
“Os ruins dias, o castigo do tempo todo ficado, em que falhamos na Coruja, conto malmente.”
Parágrafo final:
“Realmente, então eu virei para ele. E, daí, deveras foi afôito que eu quis com ele outras conversas, e prezei a amizade daquele homem dos sertões transatos. O quanto fiz perguntas. Aceitei o chá de laranjeira, com que sempre dei bem, numa tigela grande, com capricho desenhada. Minha gente junto comigo escutava.”
Livro de Bolso Grande Sertão: Veredas - da página 356 até 405.
Edição Normal Companhia das Letras Grande Sertão: Veredas: - da página 289 até a página 329.
As demais edições deverão ser lidas até a diagramação final do PDF do material de apoio.
Baixe o PDF clicando no ícone abaixo.
Os encontros vão acontecer toda última quinta-feira do mês, das 19:30 às 21:00 hs, por dez meses consecutivos. O material de apoio vai ser enviado por e-mail nos dias subsequentes das cirandas. A cada encontro, DEVERÁ SER FEITO UMA NOVA INSCRIÇÃO para que possamos enviar o link. Qualquer dúvida, estamos à disposição para maiores informações.
MATERIAL DE APOIO - Encontro 7 (31/03)
A Busca
Riobaldo, um homem dividido entre Deus e o Diabo, entre um amor solar por Otacília e um turvo amor por Diadorim, não tinha certezas. Não queria ser chefe. “Sou de ser e executar, não me ajusto em produzir ordens”. “Ninguém nem mal me ouvia, achavam que eu era zureta ou impostor, ou vago em aluado... A conversa dos assuntos para mim mais importantes amolava o juízo dos outros, caceteava. Eu nunca tinha certeza de coisa nenhuma”. “A gente só sabe aquilo que não entende”. “A gente sabe mais de um homem é o que ele esconde”. “Sou um homem ignorante. Gosto de ser. Não é só no escuro que a gente percebe a luzinha dividida?”. O Pacto Só aceitou a chefia depois de se embrenhar pelas Veredas Mortas e clamar pelo diabo.
Como resposta, só encontra o silêncio. “O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais”. “O diabo não há! É o que eu digo, se for... Existe é homem humano. Travessia”.
O Batismo Riobaldo encontra-se consigo mesmo, no silêncio do seu nome e tem assim sua definitiva nomeação. “Fui o chefe Urutu Branco – depois de ser Riobaldo Tatarana e de ter sido o jagunço Riobaldo”. Tatarana é a lagarta de fogo, primeira predicação de Riobaldo. “Talento meu era só o aviável de uma boa pontaria ótima em arma qualquer”. "Urutu Branco é a serpente perigosa e sorrateira, que dá o bote no inimigo."
(Urutu Branco)
"Agora, quem é o Chefe?"
"Digo ao senhor: ele beijou minha mão."
Assistir a minissérie
“A Canção de Siruiz” de Guimarães Rosa
Siruiz é um jagunço-poeta. A canção de Siruiz é uma toada bela, porém muito estranha, que Riobaldo ouviu, antes de fugir da fazenda do padrinho (na verdade: seu pai), quando alguém falou: “Siruiz, cadê a moça virgem?” Se “alembra” que ele respondeu entoando uma balada?
Era a canção de Siruiz. Poema épico lírico sobre um encontro inevitável e fatal, que emocionou Riobaldo (“Aquilo molhou minha ideia”) e virou um símbolo de criação poética: “O que eu guardo no giro da memória é aquela madrugada dobrada inteira: os cavaleiros no sombrio amontoados, feito bichos e árvores, o pisar dos cavalos e a canção de Siruiz. Algum significado isto tem?” (…)
“Urubu é vila alta, mais idosa do sertão: padroeira, minha vida – vim de lá, volto mais não… Vim de lá, volto mais não?…
Corro os dias nesses verdes, meu boi mocho baetão: buriti – água azulada, carnaúba – sal do chão…
Remanso de rio largo, viola da solidão: quando vou p’ra dar batalha, convido meu coração…”
Playlist interativa para acompanhar as leituras:
Os participantes da playlist podem adicionar músicas relacionadas.
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