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Filme | O Poderoso Chefão - Parte III
De: Francis Ford Coppola
Numa tentativa de "limpar" o nome da "Famiglia Corleone", nos deparamos com um Michael abatido, atormentado, questionando seu passado, mas ainda tentando controlar o futuro. A Igreja aqui é exposta de forma fria, calculista e dissimulada. A saga dos Corleone chega ao fim - não sem uma tomada de consciência por parte do patriarca, que cheio de culpa olha para trás para avaliar se sua entrega valeu a pena. Tudo tem um preço e a vida manda a conta.
Uma curiosidade marcante sobre o filme, é que Coppola perdeu um filho degolado num acidente de barco em 86.
A cena em que Michael Corleone perde a filha e dá um grito surdo, tem tudo a ver com a dor do cineasta.
Uma das melhores cenas do cinema.
TRAILER:
"Todo o poder do mundo não pode mudar o destino."
O Poderoso Chefão
Agora que você é tão respeitável, está mais perigoso do que nunca.
O Poderoso Chefão
"Quando eu penso que estou fora... eles me puxam para dentro."
O Poderoso Chefão
"Você entende de armas. Finanças são uma arma. A política é saber quando puxar o gatilho."
O Poderoso Chefão
:: Curiosidades sobre a trilogia “O Poderoso Chefão”
1. George Lucas, de Guerra nas Estrelas, filmou algumas cenas
A amizade entre os diretores Francis Ford Coppola e George Lucas começou décadas atrás, quando ambos eram cineastas relativamente desconhecidos no norte da Califórnia. Na verdade, Lucas foi uma das pessoas que convenceram Coppola a aceitar a proposta para dirigir O Poderoso Chefão. Lucas trabalhou como assistente durante as filmagens do primeiro longa da saga, e rodou as imagens usadas como teasers pelos jornais, mostrando os principais acontecimentos da trama.
2. Coppola precisou brigar para manter o logo
Originalmente, a Paramount queria mudar o icônico logo inspirado em uma marionete de cordas, criado pelo designer gráfico S. Neil Fujita para a estreia. Mas Coppola insistiu em manter a arte.
3. A equipe usou uma cabeça de cavalo de verdade
A cabeça de cavalo colocada na cama do produtor de filmes não era falsa. Apesar de uma cabeça falsa ter sido usada durante os ensaios, quando as câmeras foram ligadas Coppola a substituiu por uma de verdade, surpreendendo o ator John Marley. A produção conseguiu a cabeça de cavalo em uma empresa de ração para cachorros.
4. Uma das cenas mais memoráveis do filme foi fruto de um erro
O ex-lutador profissional Lenny Montana, que interpretou Luca Brasi, estava tão nervoso ao atuar junto com Marlon Brando que mal conseguia repetir com clareza suas próprias falas. Quando o personagem de Luca é apresentado, ele está esperando para ver Don Corleone no dia do casamento, e treina um cumprimento, nervosamente. Mas quando Montana se viu diante de Brando, ficou paralisado e confundiu as falas. Foi aí que Coppola optou pela cena no jardim, em que Luca aparece ansioso, repetindo sua fala. Assim, ficou subentendido que Luca tinha medo de Don Corleone.
5. Sofia Coppola é a única pessoa a aparecer nos três filmes com personagens diferentes em cada um deles
Sofia, filha do diretor Francis Ford Coppola, é a única integrante do elenco (entre homens e mulheres) a aparecer nos três filmes da saga com personagens diferentes. Ela participou pela primeira vez quando ainda era um bebê, na cena do batismo do filho de Connie Corleone em O Poderoso Chefão. Na segunda parte, ela aparece rapidamente na pele de uma imigrante que está na embarcação que leva Vito Corleone até Ellis Island. Em O Poderoso Chefão — Parte III, Sofia interpretou a filha de Michael Corleone. A jovem ficou com o papel após Winona Ryder pedir para sair do elenco.
6. Brando queria fazer com que Don Corleone parecesse “um buldogue”
Marlon Brando queria que Don Corleone parecesse “um buldogue”, então ele colocou algodão nas bochechas quando foi fazer os testes para o papel. Já para as gravações de verdade, ele usou um acessório feito por um dentista, com gotas de resina, para modificar as bochechas.
7. Marlon Brando recorria a cartazes na hora de filmar
Desde o início de sua carreira, Marlon Brando usou cartazes com frases inscritas, as chamadas “dálias”. Ele achava que o artifício permitia uma atuação mais espontânea. Durante a gravação do filme, os cartazes eram colocados dentro do campo de visão do personagem. Imagens de bastidores mostram a criatividade exigida na hora de posicionar as “dálias” em locais estratégicos. Por exemplo, na foto acima, o ator Robert Duvall aparece com um cartaz preso ao corpo.
Conto | Sem Perdão (Frederick Forsyth)
O bilionário Mark Sanderson podia ter tudo o que quisesse… menos Angela Summers. Como não há nada que o dinheiro não possa comprar, ele achou que era uma simples questão de remover os obstáculos para conseguir o que queria. Mas ele não contava com uma chuva inesperada.
"Há muitas gradações entre amor e necessidade, paixão e desejo. Qualquer um desses sentimentos pode tornar-se uma obsessão na mente de um homem."
Frederick Forsyth
"Como a maioria dos homens de poder, ampliado ao longo de décadas, tornara-se um aleijado moral."
Frederick Forsyth
"Para ele, havia etapas lógicas e precisas do desejo à determinação, concepção, planejamento e execução. E tudo terminava inevitavelmente em aquisição."
Frederick Forsyth
"- Uma última coisa – acrescentou o cliente. – Não quero que deixe alguma pista, absolutamente nenhuma, não quero que nada fique para trás."
Frederick Forsyth
Conto e filme revelam as diversas facetas dos homens. Desde os mais impulsivos até os mais abnegados. Mas o que o autor e diretor enfatizam é que muitos homens vão às últimas consequências para conseguir o que querem e acabam virando vítimas de suas próprias escolhas.
A visão moral é cruel: o mundo é composto de predadores e presas e apenas os fortes sobrevivem. Mas a que preço?
Considerações sobre a trilogia “O Poderoso Chefão” de Francis Ford Coppola e o conto “Sem Perdão” de Frederick Forsyth.
Por Carla Belintani - A Casa Frida
Saga final da família Corleone e seu triste fim.
Chegamos ao Grand Finale - Michael se havendo com as consequências de suas escolhas, querendo ser diferente do pai, acaba se tornando ainda mais violento e perigoso.
Faz pensar na profecia do mito do Rei Édipo e seu trágico destino, (escrito por Sófocles por volta do ano 427 a. c.).
Édipo, na travessia de uma vida em busca da revelação de suas origens, se questiona sobre quem seria o assassino de seu pai. Sem saber, Édipo é surpreendido ao descobrir que ele mesmo é o assassino que procurava encontrar e acaba se tornando o filho amaldiçoado.
Não sendo pleno senhor e agente de seus atos e de suas decisões, o herói corre o risco de cair na armadilha de suas próprias escolhas, esperando que os deuses e o oráculo estejam a seu favor.
Onde estará a responsabilidade por seus atos?
Em que podemos aproximar o ato trágico àquilo que a psicanálise trabalha em relação à ética?
Lembrando que a ética é a casa onde habita o homem.
“Todos sabem: tudo me era interdito: ser filho de quem sou, casar-me com quem me casei e assassinar aquele a quem eu não poderia matar!”
Ao descobrir os fatos de sua própria história, Édipo perfura os próprios olhos e deixa o reino de Tebas para viver em isolamento sendo cuidado por suas filhas durante a velhice.
Assim como Édipo, Michael comete crimes em que não se perdoa e se afunda cada vez mais na culpa por seus atos.
Se culpa por ter matado o próprio irmão e por ser o causador da morte de tantas pessoas que amava.
Sem perdão para os atos de Michael. Sem perdão para si mesmo.
Fazendo uma analogia com o conto “Sem Perdão”, Angela Summers nega o pedido de Mark, o bilionário.
Podemos pensar aqui o que seria o dinheiro e poder.
Pode-se comprar tudo?
Qual o preço que se paga por se querer tudo sem restrição?
Joel Birman define uma diferença do uso do dinheiro como valor de troca - em que se considera o outro como sujeito e valor de uso - em que o outro é eliminado do seu estatuto de sujeito. Ele serve ao outro que obtém o poder.
Aqui encontramos o dinheiro como valor de uso, o outro não é reconhecido no seu desejo mas usado como objeto.
Destaca a ilusória onipotência narcísica do sujeito.
Temos uma dívida simbólica que nos constitui - não podemos ter tudo, haverá sempre uma falta que somos obrigados a aceitar, chamamos na psicanálise de castração.
Outro ponto que o dinheiro nos faz refletir - o que seria da ordem da necessidade, da demanda e do desejo?
A demanda não pode esperar, é um imperativo - quero, logo tenho.
O desejo é da ordem simbólica em que se respeita o outro na sua alteridade.
Mark queria Angela a qualquer custo.
O valor que arca no final é alto, acaba matando a mulher que tanto desejava possuir.
Tanto no conto quanto no filme, nos deparamos com personagens que negam a dívida simbólica e que agem de acordo com as próprias leis, dando vazão à onipotência narcísica.
Não por acaso que nas duas histórias prevalece as pulsões de destruição em detrimento da vida.
O que seria uma boa vida para se viver?
Assistimos ao triste fim de Michael morrendo sozinho dando fim finalmente à sua trágica profecia e Mark sendo informado de que não há rastros do crime que cometeu.
Referências bibliográficas:
Édipo Rei, Sófocles
BIRMAN, J. Sujeito, valor e dívida simbólica: notas introdutórias sobre o dinheiro na metapsicologia freudiana.
SciELO - Brasil - O ESTATUTO PSÍQUICO DO DINHEIRO À LUZ DA TEORIA PSICANALÍTICA O ESTATUTO PSÍQUICO DO DINHEIRO À LUZ DA TEORIA PSICANALÍTICA
Esperamos por você.
Quando?
18/05/24
Roda de conversa: das 16h às 18h
Onde?
Na sua casa através do aplicativo Zoom (Play Store) (Apple Store)
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E bem bom ter conhecimento,sabwdoria e inteligencia meu veneravel mestre das armas