Confraria das Lagartixas promove Encontro de Cinema, Literatura e Arte.
Filme | A Insustentável Leveza do Ser (Adaptação do Romance de Milan Kundera)
De: Philip Kaufman
Um médico sem ideologias políticas passa seus dias em Praga na década de 1960 envolvendo-se com diversas mulheres. Ele não gosta de se tornar íntimo com nenhuma delas, mas duas vão conquistá-lo de um modo diferente, colocando-os em um triângulo amoroso. Porém, em 1968 acontece a invasão de Praga por forças soviéticas, o que afeta a relação dos três.
TRAILER:
“[…] O amor começa por uma metáfora. Ou melhor: o amor começa no instante em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética.”
Milan Kundera
“Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida, já é a própria vida“
Milan Kundera
“O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher).”
Milan Kundera
“Aquilo que não é consequência de uma escolha não pode ser considerado nem mérito nem fracasso“.
Milan Kundera
“Onde o coração fala, é indelicado que a razão o contradiga“.
Milan Kundera
“Porque amar significa renunciar à força”.
Milan Kundera
Conto | Pequenas Epifanias De: Caio Fernando Abreu
Do livro: Pequenas Epifanias
Caio Fernando Abreu nos traz fragmentos da vida, de um momento único onde o amor acontece. Uma crônica que podemos chamar de conto - delicado, sensível e poético, onde por um breve segundo, apreendemos o sentido do amor.
Conto de apoio à leitura: Tentação
De: Clarice Lispector
Do Livro: A Legião Estrangeira
"Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor."
Caio Fernando Abreu
"Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa."
Caio Fernando Abreu
"Essa pequena epifania.
Com corpo e face.
Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo."
Caio Fernando Abreu
"Sorrio, então. E quase paro de sentir fome."
Caio Fernando Abreu
Participação Virtual de Odilon Esteves
Milan Kundera, Philip Kaufman, Caio Fernando Abreu, Clarice Lispector e Odilon Esteves nos iluminam com a centelha divina, o acaso do descobrimento do amor e suas sequelas. A insustentável leveza do peso de viver.
A Primavera de Praga
A Primavera de Praga foi um movimento político que ocorreu na Tchecoslováquia, em 1968, contra o regime autoritário e burocrático da União Soviética. Este movimento foi liderado por Alexander Dubček, Chefe de Estado e Secretário Geral do Partido Comunista da Tchecoslováquia.
Por meio de medidas reformistas, Dubček visava tornar o regime socialista menos autoritário e rígido, ampliando os direitos civis e as liberdades individuais. O movimento, contudo, foi fortemente reprimido pelas tropas do Pacto de Varsóvia.
Contexto histórico
Antes da Segunda Guerra Mundial, a Tchecoslováquia era um país capitalista. No entanto, possuía uma esquerda forte e uma classe operária importante. Além disso, Praga, sua capital, era um antro intelectual muito significativo e, também, palco de lutas sociais e operárias de destaque.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Tchecoslováquia foi destruída e dominada pelo nazismo. O país se libertou do domínio nazista através do exército da União Soviética (exército vermelho). Enquanto avançavam em direção a Berlim, os soviéticos derrotaram os nazistas na Tchecoslováquia e destruíram o poder das burguesias locais para que fosse possível instaurar um governo com tendências socialistas.
O mundo após a Segunda Guerra Mundial foi dividido entre o bloco capitalista (liderado pelos Estados Unidos) e o bloco socialista (liderado pela União Soviética) - tanto que ficou conhecido como mundo bipolar. Essas duas potências disputavam a hegemonia global. Tal período de disputa ficou conhecido como Guerra Fria, pois não houve confronto direto.
No decorrer da Guerra Fria, os Estados Unidos criaram a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em 1954. Em contraposição, a União Soviética criou o Pacto de Varsóvia (aliança militar entre os países socialistas do leste europeu e a União Soviética) em 1955.
A Tchecoslováquia era, então, um país socialista - e, portanto, aliado ao bloco liderado pela União Soviética durante a Guerra Fria. Vale ressaltar que, neste período, o regime adotado pela União Soviética e seus aliados era extremamente autoritário e burocrático.
O que foi a Primavera de Praga
A Primavera de Praga teve início em 1968, quando Alexander Dubčekafastou lideranças autoritárias do poder e adotou medidas reformistas, visando a abertura política do país. Este movimento contou com o apoio de grande parte da população da Tchecoslováquia, principalmente de estudantes, intelectuais e operários.
Dubček almejava ampliar as liberdades individuais e os direitos civis da população tchecoslovaca. Para isso, algumas de suas medidas reformistas foram a descentralização parcial da economia, a democratização política, o incentivo às ciências e às artes, e o aumento das liberdades de imprensa e de expressão. Tratava-se de uma tentativa de criar uma “social-democracia”, ou um “socialismo com rosto humano”.
As reformas, contudo, foram interpretadas como possíveis meios para que os Estados Unidos pudessem desestabilizar a União Soviética. Por isto, a Primavera de Praga foi considerada, pelo poder soviético, como uma ameaça.
A União Soviética, então, exige o fim das reformas de Dubček e reprime fortemente a Primavera de Praga, utilizando o exército do Pacto de Varsóvia. Foram enviados meio milhão de soldados e sete mil tanques de guerra para reprimir o movimento. Parte da população tchecoslovaca confrontou a intervenção de maneira pacífica.
Consequências
Alexander Dubček e outros líderes do movimentoforampresos durante a intervenção feita pelas tropas do Pacto de Varsóvia e, depois, foram levados a Moscou para “negociações”.
Ao ser libertado, Dubček reassume o governo da Tchecoslováquia, mas passa a tomar medidas de caráter burocrático, justificando suas ações no objetivo de não suscitar novas invasões.
Em janeiro de 1969, um rapaz se imola (ateia fogo ao próprio corpo) em local público como forma de protesto contra esse movimento de Dubček. A população volta às ruas. Sendo assim, Alexander Dubček é afastado do Partido Comunista e Gustáv Husák assume o governo.
Husák tenta restabelecer um governo aliado aos interesses políticos da União Soviética, ou seja, um sistema político fechado, burocrático e autoritário. Desse modo, há um endurecimento dos mecanismos de controle sobre os aliados do bloco socialista.
Com esse desfecho, pode-se dizer que a Primavera de Praga não tenha atingido seu objetivo de ir contra a gestão autoritária e burocrática instaurada pelos soviéticos, mas este movimento contribuiu para o longo processo de desintegração da União Soviética, que culminou no seu fim em 1991.
Fonte: https://querobolsa.com.br/enem/historia-geral/primavera-de-praga
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER - aliado ao Conto “ Tentação” de Clarice Lispector e “Pequenas Epifanias”, de Caio Fernando Abreu
Por Lúcia Barros Freitas de Alvarenga
Uma história de amor e do quão transformador pode ser o poder do amor.
Amor de Tereza que tudo suporta, tudo sustenta, tudo supera, que sangra, que é intenso, dolorido, pesado, sofrido, forte, duradouro, visceral.
Tereza que ama e ardentemente anseia a profundidade, a totalidade e a exclusividade do amor, tão inalcançável, distante e ausente, de Tomás.
Para quem o amor é muito aquém disso, é raso, é superficial, efêmero, imaturo, instável, dividido, fluido, suave, divertido, sedutor, sensual e leve. É conquista líquida e fugaz que desliza e escorre pelos dedos, que apenas deseja o Desejo e o descompromisso da cama estreita, de lençóis amarrotados de Sabina, da experiência da hora com outras tantas, de corpos e prazeres, de beleza, de inteligência e de leveza, do ir embora, do desfrute da fugacidade momentânea do aqui e agora.
Leveza que Tereza dolorosamente tenta experienciar, aprender, apreender e avidamente sentir, quando mergulha, nada, flui, desliza e flutua na água. No vão intento de “viver o descuido perseguido” de Guimarães.
Que as circunstâncias externas da Vida - agora duras, densas, escuras, limitadoras, opressivas, caóticas, pesadas e estreitas - vêm, pouco a pouco, provocar ardentes erupções de internas transformações e estreitar aquele que, para Tomás, antes era um amplo, leve, suave e colorido horizonte de possibilidades, conquistas e sedução.
E, através das janelas abertas dos penetrantes e contundentes verdes olhos, vamos vislumbrando em Tomás o percurso do líquido interno das veias, do sangue, das entranhas e do coração - num pulsar do ir e vir dele e nosso - para ver, testemunhar e de fato enxergar o que antes era absolutamente improvável e insondável: a fulminante Paixão então se convertendo em inexorável e irremediável Amor por Tereza.
Agora não mais líquido, dividido, efêmero, mas, pleno, inteiro, verdadeiro, cúmplice, sólido, luminoso, maduro, íntegro. E que, leve e etéreo, tem a intensidade da luz e o peso da gravidade dos pés dele sob os pés dela que, juntos, doce e suavemente, se embalam, se entrelaçam, se sustentam e dançam em igual força, peso, densidade e ritmo, unidos a subir os degraus da total, plena e permanente entrega.
A porta de número 6 - o mesmo 6 em que se hospedara Tomás quando conhece Tereza - fecha o ciclo e abre-se para o desfecho da terna, inevitável, eterna, feliz e, quiçá, por isso mesmo, insustentável leveza do Amor.
Tereza - ao contrário de Caio Fernando de Abreu -, num pálido descuido e susto, agarra a miúda epifania, como quem, num breve soluço, abraça pesada e fortemente a ambígua “bolsa velha de senhora” daquela menina ruiva de Clarice.
E Tomás - olhos atentos, quase rendidos e sem hesitar - pôde então tocar a centelha do encontro e sentir no rosto a cálida tentação do leve, suave e ambíguo sopro de vento compartilhado. E, num piscar, velejou no encanto, como quem veleja na indizível delicadeza e na sublime revelação da intimidade amorosa, do descuido miúdo do beijo e das pequenas epifanias de Deus.
Rio, tarde, 09/08/2023
Contribuição espontânea de Chico Barros, sobre "A Insustentável Leveza do Ser".
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Esperamos por você.
Quando?
12/08/23
Roda de conversa: das 16h às 18h
Onde?
Na sua casa através do aplicativo Zoom (Play Store) (Apple Store)
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Para participar, é importante cadastrar o seu melhor e-mail em nosso site.
O link de acesso à sala ZOOM será enviado às 08h no dia do evento, além das atualizações das próximas rodas de conversa e cirandas de leitura.
Como garantia, vamos deixar o link para acesso a sala ZOOM disponível aqui. Para entrar, basta clicar no botão abaixo à partir das 15h45 no dia do evento.
ID da reunião: 847 7774 8335
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