Quem somos nós...
O lado de dentro ou o de fora?
A imagem Real ou a Virtual?
A imagem que se projeta para o outro ou a que realmente somos?
O que desejamos ser ou o que realmente somos?
Somos sonhados ou sonhamos?
Desejar ou ser desejado?
O que realmente existe por trás do espelho?
(...)
"O Espelho" (Primeiras Estórias - 1962) Guimarães Rosa
O espelho é o centro da obra Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, onde o narrador, em primeira pessoa, conta de sua luta para provar a falta de lógica e de sentido do mundo. Diante de um espelho, foi descobrindo com o passar dos dias a mentira que é a aparência humana.
Num processo de "desimaginar-se", vai verificando que o homem, como todas as coisas, não passa de uma metáfora. No limite do absurdo, ele chega a ver sua "forma" invisível.
O tema da identidade é tratado através da metáfora do ato de se ver e se reconhecer no reflexo dos espelhos.
[...]
"O Espelho" (Papéis Avulsos - 1882) Machado de Assis
O conto narra uma experiência única que evidencia o quanto se faz real a fixação de uma imagem construída pela farda. É uma imagem que absorve o homem, deixando para trás a face escura do desejo, que permanece sempre em forma de uma interrogação não respondida.
“Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro... A alma exterior pode ser um espírito, um fluído, um homem, muitos homens, um objeto, uma operação” Machado de Assis
Machado de Assis esboçou uma nova teoria da alma humana, espelhando o homem em sua enorme ambigüidade de ser para si e ser para o outro.
Até que ponto as imagens convergem?
O que antecede - o objeto ou a reflexão?
O espelho pode ser o outro a recriar a alma exterior?
Definir-se no que espelha do mundo, sentir-se importante ao assumir um papel representativo na sociedade.
[...]
"O Outro Narciso" (Papéis Inesperados - 1983) Julio Cortázar
Um belíssimo relato breve, onde o duplo é convocado por um pássaro que ronda a própria imagem refletida num espelho retrovisor.
Segundo o querido Cortázar, há amor, esperança e salvação.
"E sem dúvida o nosso tempo...prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser... "(Feuerbach)
Narciso, Dorian e Jacobina carregam em si uma atitude que praticamente todos os humanos possuem. A preocupação pela imagem. Uns até transformam essa preocupação em um orgulho. Vivem apenas pela imagem. O que importa é a aparência. A alma fica por segundo plano. E realmente ainda vivemos na "Sociedade do Espetáculo" que um dia foi descrita pelo filósofo francês Guy Debord, onde este critica essa sociedade mediada por imagens;
"o espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a vida humana -isto é, social- como simples aparência" (pag.16) e:
"Quando o mundo real se transforma em simples imagens, as simples imagens tornam-se seres reais e motivações eficientes de um comportamento hipnótico" (pag.18)
"...A alma é uma realidade terrível. Pode ser comprada,
vendida, barganhada, intoxicada ou aperfeiçoada.
Há uma alma em cada um de nós. Eu sei"
Oscar Wilde
Sente-se aqui, e espelhe-se!
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Esperamos por você.
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Quando?
04/02/2017 às 16h.
Onde?
Av. Moema, 493 – Moema
Realização
Participação
Patrocínio
Av, Jurema, 383.
Al. dos Aicás, 620.
Av. Juriti, 218.
Rua Inhambu, 1285 E
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